O rendimento médio real recebido pelo trabalhador brasileiro teve em 2015 a primeira queda desde 2004. A renda baixou 3,7% em termos reais (descontada a inflação) em relação a 2014, para uma média de R$ 2.265,09.
Apenas no mês de dezembro, o rendimento médio ficou em R$ 2.235,50, um avanço de 1,4% em relação ao mês anterior, mas uma queda de 5,8% ante dezembro de 2014, de acordo com dados de hoje da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A massa dos rendimentos médios reais habitualmente recebidos pelos brasileiros ocupados ao mês foi estimada em R$ 53,6 bilhões no ano passado. Esse valor representa uma retração de 5,3% em relação ao calculado para 2014 - a primeira retração da série histórica.
Considerando a média da massa de rendimentos recebidos apenas em dezembro, a estimativa para o mês é de R$ 52,5 bilhões, 1,6% maior que a estimada em novembro. Na comparação anual, porém, esta estimativa recuou 8,5%. Na média do ano,
Perda em todas as regiões
A pesquisa abrange as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Salvador e Belo Horizonte.
Belo Horizonte foi a capital que registrou a maior queda de rendimento real dos trabalhadores entre 2014 e 2015, de 4,6% no ano passado. No entanto, todas as outras cinco capitais pesquisadas também tiveram retração de rendimentos. São Paulo e Rio ficaram empatadas em segundo lugar, com recuo de 4%. Recife e Porto Alegre tiveram as menores quedas (2,8%).
O Rio de Janeiro segue como a capital com maior rendimento médio do trabalhador, com R$ 2.519,13. Em seguida, vêm São Paulo (R$ 2.357,81), Porto Alegre (R$ 2.264,19), Belo Horizonte (R$ 2.082,97), Salvador (R$ 1.676,26) e Recife (R$ 1.675,71).
Empregadores têm a maior queda de rendimento
Os empregadores e os empregados sem carteira no setor privado foram os que mais viram a sua renda encolher na comparação entre 2015 e 2014. O rendimento dos empregadores caiu 6,2% na comparação anual, enquanto o dos empregados sem carteira no setor privado recuou 5,1%.
No entanto, todos os outros setores também tiveram quedas, ainda que menores. Trabalhadores por conta própria observaram recuo de 4,1%. Nos casos de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado e militares ou funcionários públicos estatutários, as retrações foram de 3,3% e 1,8%, respectivamente.
Na comparação entre setores, também houve queda generalizada, com destaque para os trabalhadores de comércio, comércio a varejo de combustíveis e reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos, cujo rendimento caiu 5,6% entre 2015 e 2014. Outros destaques negativos ficam para a construção (recuo de 5,2%), serviços prestados às empresas (5,1%) e indústria (4,2%).